Quadrinhos: A revolta de Canudos
André Diniz e Jose Aguiar
Editora.Escola Educacional
2008
4
3
2
1
Essa aula foi dada pelo núcleo de ensino de história e quadrinhos em 2010 na cidade de Franca, e surgiu de uma discussão com turmas do segundo ano do colegial. Ela apareceu como necessidade, pois após discutirmos com os educandos sistemas econômicos e sociais como o capitalismo e o socialismo, percebemos duas coisas. A primeira, se refere à uma visão extremamente favorável ao capitalismo pela questão do liberalismo e individualismo. Os discentes argumentavam que no nesse sistema todos podem se esforçar e ascender na hierarquia social. Além disso, percebemos também que eles não vislumbravam nenhum outro exemplo histórico de alternativas fora dessa ótica capitalismo ou socialista.(sociedades que viveram/vivem/tentam viver, fora desses sistemas mais clichês). Dessa forma, decidimos então falar da história do povo de canudos, e usando quadrinhos que tratam especificamente desse tema.
Nesse quadrinho não existem falas, o que por si só já chama a atenção dos alunos. Fazendo então uma análise a partir do que a imagem nos mostra e estimulando a percepção deles acerca da arte expressa em desenho.
A primeira página (três quadrinhos com Antônio conselheiro) mostrava e introduzia o tema para os discentes. Após conversar com eles, e saber um pouco sobre quem o e que sabiam sobre o assunto, fizemos uma breve contextualização da revolta, cobrindo os déficits que percebíamos em relação a esse exemplo histórico.
Pelas outras três páginas, objetivamos que os discentes pudessem vislumbrar um pouco mais sobre as conjunturas da época e uma comparação com o tempo atual.
A segunda página demonstra um padre ao lado direito, dentro de uma igreja, com uma feição de preocupado, e então demonstrávamos e discutíamos a influencia do clero no contexto e hoje em dia. Na terceira onde aparece um latifundiário na varanda, um trabalhador, e Antonio conselheiro falando com uma família, expressamos a questão dos grandes proprietários de terra, dos latifúndios na época e atualmente, destacando suas influências. Por fim, na última página abordada, onde aparece a um conflieto de guerra, armas e um comandante do exército, objetivamos indagar sobre a questão militar - e mostramos assim 3 ‘classes’ influentes do período: clero, latifundiários, militares. Essas, que estruturam a repressão da revolta, onde ocorreram em batalhas sangrentas.
Explorando a história dessa comunidade, os discentes puderam perceber que existiram e existem outras formas de convivência em sociedade, que vai além de qualquer limite estabelecido pelo rótulo conferido ao sistema econômico (capitalismo, socialismo, comunismo), onde o todo se junta objetivando um bem maior, que não é o lucro. Além do fato de como essas comunidades alternativas sofrem com a antipatia e são constantemente perseguidas pelas aristocracias e povos dominantes de acordo com os seus determinados contextos históricos.
A explanação acerca de um exemplo concreto foi produtiva e fez com que os educandos pudessem refletir acerca não só das comunidades do passado, mas também dos seus respectivos cotidianos e qual era o papel que cada um deles representava em se tratando das relações sociais do trabalho. Vale ressaltar que a preocupação maior da metodologia proposta a partir do uso das histórias em quadrinhos era a de traçar conectivos e estabelecer relações entre o assunto estudado e o dia-a-dia dos estudantes, a ponto de fazer com que eles se sentissem agentes ativos na construção do conhecimento histórico.
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